A hora de almoço aproxima-se a passos largos.
Toda a gente me apercebeu que me chamo Mariana Brito e que tenho 50 e tal anos. Posto isso,
e acabando por ter que confessar que, não tenho 24, vou almoçar.
Normalmente a hora de almoço é dada a grandes reflexões. As horas de almoço e de jantar são dadas a grandes reflexões. O facto de a pessoa estar parada a comer faz a pessoa às vezes repensar a sua vida toda. E então quando está na cama e não consegue adormecer ainda mais.
Na minha casa em Coimbra tenho uma lua com estrelas coladas ao tecto e quando não consigo dormir passo o tempo a olhar para elas. Foi uma boa ideia que é praticável porque eu em Coimbra durmo no meu quarto, não durmo na sala. Aqui no Porto como durmo na sala e tenho tantos LEDs a darem luz, seria complicado ter mais uma fonte de iluminação. Mas em Coimbra, como não tenho nada que tenha LEDs, posso ter quantas luas quiser. O meu tio é que gostava muito de um poema chamado " Lua de Londres". Será de João de Lemos. Está num blog de alguém. A sociedade moderna é assim. Eu só já trabalho com quinhentas janelas abertas. Nem uso o explorer, uso o google chrome. Em casa, no Mac Pro uso o Firefox. Instalei o Explorer 8, mas não o uso. Acho-o muito básico para as nossas necessidades actuais.
Um bocadinho da "Lua de Londres" então:
É noite. O astro saudoso
rompe a custo um plúmbeo céu,
tolda-lhe o rosto formoso
alvacento, húmido véu,
traz perdida a cor de prata,
nas águas não se retrata,
não beija no campo a flor,
não traz cortejo de estrelas,
não fala de amor às belas,
não fala aos homens de amor.
João de Lemos